sábado, 11 de abril de 2009

Resíduo - Carlos Drummond de Andrade


De tudo ficou um pouco

Do meu medo.

Do teu asco.

Dos gritos gagos.

Da rosaficou um pouco.

Ficou um pouco de luz

captada no chapéu.

Nos olhos do rufião

de ternura ficou um pouco

(muito pouco).

Pouco ficou deste pó

de que teu branco sapato

se cobriu.

Ficaram poucas roupas,

poucos véus rotos pouco,

pouco, muito pouco.

Mas de tudo fica um pouco.

Da ponte bombardeada,

de duas folhas de grama,

do maço― vazio ― de cigarros,

ficou um pouco.

Pois de tudo fica um pouco.

Fica um pouco de teu queixo

no queixo de tua filha.

De teu áspero silêncio

um pouco ficou, um pouco

nos muros zangados,

nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo

no pires de porcelana,

dragão partido, flor branca,

ficou um poucode ruga na vossa testa,

retrato.

Se de tudo fica um pouco,

mas por que não ficaria

um pouco de mim?

no trem que leva ao norte,

no barco, nos anúncios de jornal,

um pouco de mim em Londres,

um pouco de mim algures?

na consoante?

no poço?

Um pouco fica oscilando

na embocadura dos rios

e os peixes não o evitam,

um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.

Não muito: de uma torneira

pinga esta gota absurda,

meio sal e meio álcool,

salta esta perna de rã,

este vidro de relógio

partido em mil esperanças,

este pescoço de cisne,

este segredo infantil...

De tudo ficou um pouco: de mim;

de ti; de Abelardo.

Cabelo na minha manga,

de tudo ficou um pouco;

vento nas orelhas minhas,

simplório arroto, gemido

de víscera inconformada,

e minúsculos artefatos: campânula,

alvéolo, cápsula de revólver... de aspirina.

De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.

Oh abre os vidros de loção

e abafa o insuportável mau cheiro da memória.

Mas de tudo, terrível,

fica um pouco, e sob as ondas ritmadas

e sob as nuvens e os ventos

e sob as pontes e sob os túneis

e sob as labaredas

e sob o sarcasmo

e sob a gosma

e sob o vômito

e sob o soluço,

o cárcere,

o esquecido

e sob os espetáculos

e sob a morte escarlate

e sob as bibliotecas,

os asilos,

as igrejas triunfantes

e sob tu mesmo

e sob teus pés já duros

e sob os gonzos da família e da classe,

fica sempre um pouco de tudo.

Às vezes um botão.

Às vezes um rato.

sábado, 28 de março de 2009

Relacionamentos: a mais complexa estrutura criada pelo homem

Saudade de nós dois
(Eduardo Costa)

Vou te confessar
Ta dificil dessa vez acreditar
Da pra ver pra perceber no seu olhar
Outra vez promessas soltas pelo ar
Eu estou aqui
De peito aberto pra encarar qualquer loucura
Mais ja cansei de viajar nas suas juras
Agora eu quero terra firme pra pisar
Vai ser assim
Vou ficar passando a pagina da historia
Quebrar cabeca rebuscando na memoria
Um sonho antigo que ainda meu olhar
E assim eu vou vivendo
Te ganhando e te perdendo
Na emocao ainda te amo
Na razao vou te esquecendo
Essa duvida que fere cada vez aumenta mais
Sou um barco naufragando sem poder voltar pro caz
E assim eu vou vivendo
Sem saber oque fazer
Oque foi da minha vida
Oque vai ficar depois
Eu preciso te esquecer mais no fundo eu to morrendo de saudades de nos dois

sexta-feira, 27 de março de 2009

Vida de biólogo...

Estudar, estudar, estudar...


segunda-feira, 23 de março de 2009

Domingo numa vila de pescadores

Esse fim de semana fui dar um passeio lá para os lados de Niterói,
beeem depois de Charitas,
dar um passeio, conhecer o lugar.
Encontrei um restaurante de frente pra praia (maravilhoso por sinal), 
com uma vista linda, um ar tranquilo,
nem a garoa que gelava atrapalhou a paisagem ou os admiradores dela.
Era um lado simples das bandas de Nikiti, mas com um jeito aconchegante,
simpático e até romântico de finalizar a semana
e lembrar como certas coisas simples conseguem,
com a sua humildade,
conquistar a gente.
Nota DEZ para o lugar.

sábado, 21 de março de 2009

Encerrando o dia

Cadeira vazia
Lupicínio Rodrigues
Composição: Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves

Entra, meu amor, fica à vontade
E diz com sinceridade o que desejas de mim 
Entra, podes entrar, a casa é tua 
Já que cansaste de viver na rua 
E os teus sonhos chegaram ao fim 
Eu sofri demais quando partiste 
Passei tantas horas triste 
Que nem quero lembrar esse dia 
Mas de uma coisa podes ter certeza O teu lugar aqui na minha mesa 
Tua cadeira ainda está vazia 
Tu és a filha pródiga que volta 
Procurando em minha porta O que o mundo não te deu 
E faz de conta que sou teu paizinho 
Que tanto tempo aqui ficou sozinho 
A esperar por um carinho teu Voltaste, estás bem, estou contente 
Mas me encontraste muito diferente 
Vou te falar de todo coração 
Eu não te darei carinho nem afeto 
Mas pra te abrigar podes ocupar meu teto
 Pra te alimentar, podes comer meu pão.

Pra quem gosta do nosso ilustre presidente Lula...


Uma magnífica comparação metafórica.

Carros voadores - a era jetsons está chegando



Paranóia comprovada.

Americanos testam protótipo de carro voador

Uma empresa americana anunciou nesta semana o

 primeiro teste de um protótipo de carro voador, com uma

 autonomia de vôo de mais de 700 km. O protótipo Transition, com capacidade

 para duas pessoas e velocidade máxima de 185 km/h no ar, pode ser

 transformado de carro em avião em apenas 30 segundos pelo piloto, segundo a companhia Terrafugia, que desenvolveu o projeto.

Movido a gasolina comum, o protótipo apresentado nesta semana em Boston, nos Estado Unidos, tem tração nas rodas dianteiras para circular nas ruas e um propulsor para o vôo. Quando está com sua configuração como carro, tem um tamanho que permite que seja guardado em uma garagem comum.

Para os responsáveis pelo projeto, ele terá o potencial para "mudar o mundo da mobilidade pessoal". "Os deslocamentos agora se tornam uma experiência integrada terra-ar sem dores de cabeça. É o que os entusiastas da aviação v

êm buscando desde 1918", disse Carl Dietrich, presidente Terrafugia.

Mas mesmo se o protótipo for aprovado e lançado comercialmente, a

 experiência deverá ser para poucos. Por ser categorizado como uma aeronave esportiva leve, ela requer uma licença especial de piloto esportivo para pilotá-la.

Além disso, o preço final de cada carro voador ficará em torno de US$ 200 mil (cerca de R$ 460 mil).

A empresa já abriu uma lista de espera para a compra das primeiras aeronaves produzidas, que espera colocar no mercado a partir de meados do ano que vem. Para os interessados em ter seu nome na lista de espera, a companhia exig

e um depósito de US$ 10 mil (cerca de R$ 23 mil).

retirado de BBC Brasil